Tânia Oliveira, a ama de Samora Correia, que é a voz das crianças (c/ som)
Escrito por Edgar Correia (TPE587) em 26 de Julho, 2023
Tal como a Rádio Marinhais já lhe havia noticiado, a falta de creches no concelho de Benavente, nomeadamente na freguesia de Samora Correia, tem gerado preocupação entre os pais e já motivou a criação de uma petição online por mais creches. Muitos dos pais não tem recursos para colocar os filhos em instituições fora do concelho e a procura por amas particulares tem vindo a aumentar.No distrito de Santarém apenas existem a atuar em Regime Livre, com acreditação da Segurança Social, duas amas particulares. Uma delas é Tânia Amado Oliveira, residente e a exercer a sua atividade, desde 2021, em Samora Correia.
Entrevistada pela Rádio Marinhais, Tânia Oliveira explica que, em regime livre, cabe à ama tratar de toda a parte mais “burocrática”, nomeadamente a celebração de contratos e a emissão de recibos. O processo de licenciamento, apesar de burocrático, é mais célere nos casos em que as amas já possuem formação adequada e experiência na área como é o caso de Tânia que, no passado, já havia exercido funções enquanto responsável de um berçário e também enquanto auxiliar de ação educativa.
Uma das fases deste processo de licenciamento consiste em uma ou mais visitas técnicas por parte das técnicas da Segurança Social com o objetivo de validar que os edifícios onde as amas exercem as suas funções cumprem todos os critérios e requisitos determinados por este organismo. No caso de Tânia, houve apenas a necessidade de fazer “pequenos ajustes”.
De acordo com a Segurança Social, uma ama em regime livre pode cuidar de, no máximo, até 4 crianças. No caso de Tânia, ao seu cuidado está o filho e mais três meninos. Sobre esta matéria, a ama denuncia que existem muitas pessoas a oferecerem serviços idênticos nas redes sociais, sem que estejam acauteladas quaisquer condições. “Eu não acredito que dez crianças fechadas o dia inteiro seja positivo para as crianças”, remata.
A ama de Samora Correia, que utiliza o nome de Cantinho da Tatá como designação comercial, luta agora para que o programa Creche Feliz lançado pelo Governo possa abranger também as amas em regime livre e diz que a concretização desta medida talvez fizesse com que muitas mais amas ponderassem o pedido de licenciamento, em vez de atuarem à margem da lei.