Situação de seca no país não se resolve com “aspirinas”, diz Confederação Nacional de Agricultura (c/ som)
Escrito por Edgar Correia (TPE587) em 18 de Janeiro, 2024
A situação de seca que se vive, em particular, na região do Algarve e Baixo Alentejo, e que já levou o Governo a adotar medidas excecionais preocupa a Confederação Nacional da Agricultura (CNA). À MarinhaisFM, o dirigente da CNA, Joaquim Manuel Lopes fala em problemas estruturais.
Apesar da situação ser preocupante nas regiões elencadas, o dirigente da CNA, aponta que, sobretudo no litoral alentejano a solução não passa pelas enunciadas pelo Governo, mas sim por disponibilizar água que existe na barragem do Alqueva. De acordo com Joaquim Manuel Lopes, essa água não é disponibilizada porque existem compromissos assumidos com culturas superintensivas nesta região do país.
Para a Confederação representativa dos pequenos e médios agricultores do país este é um problema estrutural que não pode ser resolvido com medidas pontuais. “Quando se tem uma doença grave não se trata com ‘aspirina’ trata-se com outra coisa. O problema que nós temos no Algarve e no Baixo Alentejo é, estruturalmente, falta de água. O uso da água tem de ser canalizado para o abastecimento das populações e para a produção de alimentos que façam falta ao povo português”, adianta o dirigente que critica, ainda, a produção de azeite para fins que não os de consumo humano (biodiesel).
Recorde-se de que, no dia de ontem, quarta-feira, 17 de janeiro, o Governo decidiu implementar, no Algarve, uma redução de 25% nos volumes de água utilizados para a agricultura e de 15% no consumo urbano. Já no que diz respeito à barragem de Odeleite, no sotavento algarvio, os cortes para agricultores serão de 50% ao passo que na barragem de Funcho-Arade deverão fixar-se em 40%.
Duarte Cordeiro, Ministro do Ambiente e da Ação Climática, informou que estas são as medidas necessárias neste momento para garantir que é possível chegar ao final de 2024 com água suficiente para o abastecimento público.
Escute, aqui, as declarações de Joaquim Manuel Lopes:
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