Samora Correia: Câmara incentiva à criação de uma Associação de Comerciantes

IMG: Associação Social Amigos de Samora (ASASC).

A união dos comerciantes com uma associação legitimada para os representar é fundamental para o progresso e desenvolvimento do comércio local e tradicional no concelho de Benavente. Esta foi a principal conclusão do fórum organizado pela Associação Social Amigos de Samora Correia (ASASC) que juntou cerca de quatro dezenas de empresários, autarcas, associativistas e cidadãos no passado dia 9 de novembro, em Samora Correia.

O vereador da Câmara Municipal de Benavente, Hélio Justino e o Presidente da Junta de Freguesia de Samora Correia, Augusto Marques disponibilizaram o apoio logístico e técnico para a criação de uma entidade representante dos empresários locais.

“Com uma associação organizada e legalizada, a câmara pode transferir algumas das suas iniciativas, como a iluminação e animação de Natal para os comerciantes, acompanhando com os respetivos apoios financeiros”, adiantou o autarca.

José Domingues, advogado, com larga experiência em ordenamento do espaço público e estratégias de dinamização do comércio local enunciou as vantagens de ter uma associação que elabore um plano estratégico e assegure o apoio técnico de que os comerciantes necessitam em áreas como a legislação, fiscalidade, segurança no espaço comercial e no digital, comunicação e acesso a apoios públicos disponíveis para a revitalização do comércio.

ASASC promove Concurso de Montras de Natal

A ASASC lançou, também neste dia, o Concurso de Montras de Natal da ASASC que o ano passado contou com 25 projetos avaliados pelo júri.

Augusto Marques, Presidente da Junta de Freguesia de Samora Correia, membro do júri, elogiou a iniciativa e destacou a oferta de Cabazes de Natal adquiridos pela autarquia e que serão sorteados entre os clientes que realizarem compras no comércio local.

O autarca reafirmou o compromisso da Junta continuar a adquirir bens e serviços nas empresas locais sempre que os procedimentos o permitam. “É uma regra que seguimos há muitos anos”, adiantou.

Os empresários locais pedem que as autarquias alarguem as zonas iluminadas na quadra Natalícia e lamentam que os eventos de Natal privilegiam o centro da cidade.

O Presidente da Junta de Freguesia reconhece que os limites orçamentais não permitem iluminar e animar todas as ruas com comércio na freguesia e apela à colaboração dos comerciantes. “Se tivéssemos uma associação, serias mais fácil gerir”, conclui.

No rol das preocupações elencadas pelos comerciantes estão a ausência de estacionamento e mobilidade para a circulação de peões e a segurança no espaço público.

Os comerciantes defendem que a GNR deve fazer policiamento de proximidade e estabelecer laços de confiança com os lojistas e prestadores de serviços.

“Eu tenho um espaço comercial há 15 anos em Samora Correia e não me lembro de ter recebido um GNR, nem que seja para me dar os bons dias. Estive com uma loja em Vila Franca e a PSP passava todos os dias para saber se estava tudo bem. Nós que estamos nas lojas todo o dia apercebemo-nos de muita coisa na via pública”, adiantou Nausa Santiago, dona da boutique MOOSE by Nau,  a que chama “Espaço de Afetos”.

2Tenho clientes que me procuram apenas para conversar e pedir ajuda para os seus problemas. O comércio local tem este lado social que não existe nos centros comerciais ou grandes superfícies”, referiu.

Ana Isabel Cardoso defendeu que as ruas do centro antigo, como a Associação Comercial de Lisboa e Cândido dos Reis, deveriam ser apenas pedonais com exceção para cargas e descargas. O vereador Hélio Justino referiu que a CMB propôs essa alteração, mas houve resistência de alguns comerciantes.

Quanto ao estacionamento garantiu que estão a ser planeadas várias bolsas para estacionar as viaturas em segurança e em simultâneo serão colocados parquímetros em algumas ruas, sendo gratuito no primeiro período de meia hora.

Lisa Simões, designer de tatuagens com estúdio na zona antiga de Samora Correia lançou o desafio para a colocação de arte urbana com grafitis em edifícios públicos, muros, caixas de serviços e até na fachada de edifícios devolutos.

Júlio Pereira, 86 anos, sócio fundador da ASASC e um dos mais destacados associativistas da freguesia, sugeriu um levantamento das referências do comércio tradicional de Samora para colocação no futuro Museu a erigir no celeiro da Companhia das Lezírias no Largo do Calvário.

A Freguesia de Samora Correia com cerca de 18.000 habitantes tem mais de 1200 empresas registadas desde as micro empresas às multinacionais, revelou Nelson Lopes, Presidente da ASASC.