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Samora Correia: ASASC “conforta” ceia de 50 famílias da freguesia

Escrito por em 22 de Dezembro, 2023

Bacalhau, couves, batatas, azeite, óleo, frutas, sumo, bolo rei e chocolates são alguns dos alimentos que integram a Ceia Solidária que a Associação Social Amigos de Samora Correia colocou na casa de 50 famílias da Freguesia, em situação de vulnerabilidade económica e social.

Numa nota, a Associação informa que mobilizou, ao longo dos últimos meses, cerca de uma dezena de voluntário para angariar alimentos e donativos para construir os cabazes que por estes dias chegam a casa dos contemplados.

“Algumas famílias serão surpreendidas porque foram inscritas por vizinhos ou amigos que mantiveram segredo até ao fim”, explica Ana Paula Neves coordenadora da área social da ASASC.

Os cabazes integram, ainda, alimentos imprescindíveis como leite, ovos, manteiga, cereais, farinha, arroz, massa, leguminosas, comida enlatada e produtos.

O evento envolve um valor global na ordem dos quatro mil euros suportado pelas ajudas em bens e donativos financeiros transformados em produtos.

Recorde-se de que a ASASC conseguiu, ainda, um apoio de 1.000 euros como prémio do evento Bairro Feliz promovido por uma cadeia de supermercados nacional. “Os clientes foram generosos com o nosso projeto e estamos muito gratos”, explica Nelson Lopes, Presidente da ASASC.

Associação garante anonimato das famílias beneficiárias

A associação garante o anonimato das famílias apoiadas que são selecionadas após análise do agregado familiar e da situação económica e social da família ou pessoa inscrita.

“Recusamos expor as pessoas porque respeitamos a sua privacidade e entendemos como é complicado dar a cara em situação de vulnerabilidade. Todavia prestamos todos os esclarecimentos e apresentamos contas e relatórios aos associados e a quem nos solicita”, explica a tesoureira Elisabete Belas.

A associação fundada em 2015, tem 650 associados e ajuda mais de três centenas de pessoas ao longo do ano com entrega de roupas. móveis, eletrodomésticos e alimentos.

“A necessidade existe todos os dias, nesta época damos um miminho acrescido às famílias”, explica a vogal Dina Salvador.

E para que seja Natal em todos os lares, a Ceia Solidária já vai na sua terceira edição e com um número crescente de famílias beneficiadas. “Realizámos vários eventos para angariar alimentos, brinquedos e donativos que aplicamos na ajuda a quem precisa”, explica Cláudia Santos, dirigente voluntária na ASASC.

Cláudia, imigrante de nacionalidade brasileira, recorreu à ASASC quando passava por dificuldades e foi ajudada. Após estabilizar a sua vida com emprego, casa e comida na mesa dedicou-se a ajudar os outros.

“A ASASC foi fundamental para a nossa integração em Samora Correia. Fui ajudada e decidi ajudar outras famílias”, revela a dirigente e voluntária enquanto prepara os cabazes de Natal.

A associação está instalada na antiga biblioteca de Samora Correia junto à estação da Ribatejana. O velho edifício, propriedade da Companhia das Lezírias tem demolição em agenda mas enquanto a obra não avança é fundamental para a ASASC.

“Estamos gratos à CL e à CMB por nos permitirem estar aqui e fazer o milagre da multiplicação”, explica o Secretário da ASASC, Manuel Silva.

O espaço foi reabilitado e o logradouro tardoz foi limpo pelos diretores e voluntários com a ajuda das autarquias para garantir o funcionamento da ASASC.

José Oliveira, conhecido por “Inverno”, 77 anos, liderou a equipa de sapadores. O vogal da ASASC teme que um dia a casa venha abaixo mas alimenta o sonho ter uma sede digna antes do colapso.

“Isto é um perigo para todos nós. O que fazemos pelas pessoas e pela terra merece a atenção das entidades competentes. Com boa vontade tudo se consegue”, explica o veterano dirigente que se emociona quando fala da situação de algumas famílias que apoiam.

José “Inverno” cultiva na sua horta produtos hortícolas e leguminosas que oferece aos beneficiários da ASASC. “”om hortaliça, batatas, feijão, ovos, uma lata de atum e uma pinga de azeite, já se engana o estômago”, refere com um sorriso empático.

Nas épocas de maior aperto, como a atual, a Associação recorre a espaços emprestados para colocar os bens que depois distribui.

“Precisamos urgentemente de um espaço maior e com condições. A ASASC recebe todas as semanas dezenas de pessoas e precisa de ter outra organização”, revela Dina Salvador, aposentada que dedica o seu tempo livre à ASASC.

A organização não tem receitas fixas e está dependente das ajudas dos associados, beneméritos, empresas e do comércio local que tem revelado particular carinho pelo projeto.

“Somos uma associação onde basta dois euros para ser sócio e não há quotas mensais ou anuais. Dependemos da generosidade de quem nos ajuda a ajudar”, remata Elisabete Belas, tesoureira da ASASC

A Associação Social Amigos de Samora Correia foi criada para defender os interesses da freguesia com uma cidadania ativa. A componente social é apenas uma das valências da associação que procura sem uma voz ativa junto do Governo, Município, Freguesia e instituições com impacto na vida das pessoas.

IMG: ASASC.