Mais de 70 organizações ambientalistas reivindicam 15 medidas pela defesa dos rios e pela água
Escrito por Edgar Correia (TPE587) em 16 de Fevereiro, 2024
A poucas semanas das Eleições Legislativas, mais de 70 organizações de seis movimentos, de norte a sul do país, reivindicam medidas urgentes pelos rios e pela água e tomam posições. Entre as 15 reivindicações estão, por exemplo, medidas de combate à seca, de proteção de rios e águas subterrâneas ou contra os transvases e construção de novas barragens, açudes e dessalinizadoras.
“Não aos transvases entre bacias hidrográficas” é a primeira de 15 reivindicações que constam no documento enviado, no dia 15 de fevereiro, a todos os partidos políticos com assento parlamentar na Assembleia da República (AR).
As 15 reivindicações pelos rios e pela água são subscritas por mais de 70 organizações nacionais e locais, bem como cidadãos a título individual que fazem parte de seis movimentos com representatividade nas principais bacias hidrográficas do país.
Os defensores deste conjunto de medidas referem que “irrefletida, deliberada e inconscientemente foram ignorados os avisos fundamentados, sobretudo a partir dos anos setenta do século passado” e acrescentam que, foi por isso, que se chegou “à situação que nos coloca no limiar da sobrevivência face à rapidez das alterações climáticas e, em particular, face à degradação da quantidade e qualidade das águas superficiais e subterrâneas e respetivos ecossistemas”.
Para além de estarem contra os transvases nas bacias hidrográficas, estas organizações apelam ao não ao desperdício de água e mostram-se contra os projetos sustentados num aumento do consumo de água. Também a construção de uma dessalinizadora do Algarve e a proliferação de barragens e açudes merece um “cartão vermelho” por parte destas organizações.
Entre outras medidas, os promotores destas medidas pretendem, assim, proteger as águas subterrâneas, que se cumpra legislação comunitária e nacional e que se definam e implementem regimes de caudais ecológicos.
Os movimentos ambientalistas reivindicam assim a introdução destas questões na campanha eleitoral, e a observação de um discurso com pensamento estratégico que represente um projeto viável de ação coletiva e individual responsável e com sentido de justiça intergeracional.
Estes movimentos encontram-se a preparar o “1º Encontro Nacional de Cidadania em defesa dos rios e da água” que se prevê ser realizado em meados do corrente ano.