FNAM acusa Manuel Pizarro de agravar o caos no Serviço Nacional de Saúde
Escrito por Edgar Correia (TPE587) em 11 de Dezembro, 2023
A Federação Nacional dos Médicos acusa o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, de agravar o caos que se vive no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Para ilustrar este cenário, a FNAM recorda que, no sábado passado, dia 9 de dezembro, o Hospital Distrital de Santarém (HDS) tinha o bloco de partos fechado e uma jovem de 17 anos teve que ir fazer o seu parto a Abrantes, a mais de 70 km.
A FNAM prossegue, acrescentando, que existem “dezenas de serviços de urgência (SU) encerrados de norte a sul do país, entre Leiria e o Algarve, quando falha o Hospital São Francisco Xavier, as únicas hipóteses que têm para a urgência obstétrica são a Maternidade Alfredo da Costa e o Hospital de Cascais. Fora da Ginecologia-Obstetrícia, o mesmo se passa em vários serviços, na Pediatria, Cirurgia Geral, Ortopedia, Anestesia e Medicina Interna, com particular gravidade com o encerramento das vias verde do AVC em Viana do Castelo, na Guarda, em Santarém, em Almada e em Setúbal, e a via verde coronária em Leiria. Lisboa e Vale do Tejo são a zona do país com maior número de SU encerrados e com doentes internados nos corredores dos hospitais.”
Além das unidades encerradas, a FNAM afirma que há ainda aquelas que estão a funcionar abaixo dos parâmetros definidos pela Ordem dos Médicos, insuficientes para dar uma efetiva assistência à população. “Exemplo disso é o Hospital Fernando Fonseca, onde frequentemente a equipa de medicina interna apenas tem 4 médicos escalados, e em que apenas dois são especialistas. Estas equipas abaixo dos mínimos, são frequentemente responsáveis por assegurar cuidados a cerca de 200 doentes no serviço de urgência, que se somam aos cerca de 300 doentes internados”, refere a Federação.
Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, considera que o Ministério da Saúde vai ser incapaz de fixar e recuperar médicos para o SNS, dado “o mau acordo e com um novo regime de trabalho, a dedicação plena” que fere, na ótica da FNAM, princípios básicos da Constituição.
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