CNA diz que Portugal e a União Europeia “se meteram a jeito” no que diz respeito aos protestos dos agricultores (c/ som)
Escrito por Edgar Correia (TPE587) em 1 de Fevereiro, 2024
O primeiro dia do mês de fevereiro amanheceu com o arranque de protestos por parte dos agricultores portugueses, numa ação que foi convocada por um movimento cívico. A Rádio Marinhais foi “sentir o pulso” à Confederação Nacional da Agricultura (CNA) que, embora, esteja à margem dos protestos representa os pequenos e médios agricultores do país.
Em declarações à MarinhaisFM, Joaquim Manuel Lopes, da CNA, afirmou que estes protestos são “uma reação muito natural, tendo em conta que a Europa e o próprio Governo português se puseram a jeito para que isto acontecesse ao cortarem subsídios e apoios no valor de muitos milhões de euros, como é reconhecido agora neste negócio que envolve apenas uma confederação deixando as outras todas de fora”, explica o dirigente.
Recentemente, a Confederação fez sair para a rua algumas propostas que “considerava ser necessárias para resolver os problemas da agricultura e dos agricultores”. “Efetivamente, algumas aparecem, agora, como promessas e as outras são remetidas para anos seguintes, incluindo até 2026” o que leva o Dirigente a acreditar que algumas destas medidas não chegarão sequer “a ver a luz do dia”.
Atendendo a esta situação, a CNA vai, também, encetar ações de protesto com vista à alterações de políticas, nomeadamente europeias. “O que está aqui em jogo é uma política europeia completamente virada para outra realidade que não é a dos agricultores europeus como provam as manifestações na Alemanha, Holanda, Bélgica e França”, remata Joaquim Manuel Lopes que, adianta, que para o dia de amanhã, 2 de fevereiro, pelas 10h00, está agendada já uma marcha de tratores, em Aveiro.
Recorde-se de que estes protestos acontecem, em Portugal, um dia após o Governo ter anunciado um pacote de apoios na ordem dos 440 milhões de euros destinados ao setor. No entanto, para o dirigente, isto não espelha mais do que a incompetência do próprio Ministério da Agricultura. “O que está em mente, por parte do Governo, é a destruição deste Ministério da Agricultura transformando-o numa mera Secretaria de Estado e este é que é o problema.” Ao entregar as Direções Regionais às Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) o dirigente questiona, ainda, “quem é que tutela as Direções Regionais e como é que é feita a articulação entre estas e o Ministério da Agricultura se estas não são dependentes deste Ministério”.
Escute, aqui, as declarações do Dirigente da CNA:
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