Santo Estêvão: População realiza abaixo-assinado para que Marta Silva seja realojada na freguesia (c/ som)

IMG: Reprodução Facebook Marta Silva.

O dia 22 de dezembro de 2024 nunca mais ficará esquecido na memória de Marta Silva, de 45 anos, residente na freguesia de Santo Estêvão, pelos piores motivos. Um incêndio, que poderá ter tido origem num curto-circuito num pequeno eletrodoméstico, destruiu totalmente a casa onde Marta habitava com os dois filhos.

Ouvida pela Marinhais FM, Marta Silva, explicou que o incêndio deflagrou na habitação, por volta das 13h47, quando ela, acompanhada dos filhos, do namorado e do cunhado se encontravam na freguesia da Barrosa, também no Município de Benavente.

Quando se preparavam para tomar café, ouviram várias sirenes dos Bombeiros Voluntários de Benavente e não tardou muito até que Marta recebesse duas chamadas, uma de uma vizinha e outra da própria senhoria, a dar conta de que a sua habitação estaria a arder na totalidade, sendo que apenas conseguiu salvar algumas loiças.

Questionada sobre a ajuda que recebeu por parte da autarquia, Marta Silva, explicou que as Técnicas de Ação Social do Município prontamente se dirigiram, no dia seguinte à habitação, tendo sido encontrada a solução temporária de realojamento numa casa camarária, na Escola dos Foros de Almada e dada também a garantia de apoio para a reconstrução da casa. “Estou triste porque sou há 45 anos da aldeia, tenho de sair para uma aldeia que não me pertence (…) e ali não tenho nada, não tenho carta, não tenho como me dirigir a lado nenhum”, aponta Marta Silva.

A mágoa de Marta é tanto maior porque afirma existir, na aldeia de Santo Estêvão, uma casa de habitação social que poderia servir o seu interesse temporário, mas que não foi apontada como solução por parte da autarquia.

Comunidade uniu-se para ajudar Marta Silva e lançou abaixo-assinado 

Assim que a comunidade de Santo Estêvão tomou conhecimento da notícia que deixou a vida de Marta Silva e dos filhos sem o habitual teto rapidamente se mobilizou para encontrar resposta para as necessidades identificadas. Para já, Marta Silva apenas quer voltar a ter o seu cantinho, faltando-lhe, ainda, alguns eletrodomésticos como a própria elenca: um aspirador e um ferro de engomar.

Teresa Ferreira, conhecida cabeleireira em Santo Estêvão foi uma das pessoas que, rapidamente, se mostrou disponível para, conjuntamente com outras individualidades, ajudar Marta Silva. “Com a ajuda de muita gente temos conseguido ajudar a Marta. Neste momento já se conseguiu adquirir, com toda a boa vontade do povo de todo o Município e não só camas, mobílias e eletrodomésticos. Temos tudo orientar para começar a orientar uma casa para a Marta”, declarou a comerciante.

Para Teresa, o principal obstáculo, neste momento, é mesmo a cedência de uma habitação nos Foros de Almada, uma vez que “não facilita a vida dela” derivado aos problemas de saúde que lhe estão associados e às terapias que os filhos frequentam em Santo Estêvão.

A comerciante decidiu, então, lançar um abaixo-assinado, que será entregue na próxima segunda-feira na reunião da Câmara Municipal com o objetivo de sensibilizar a autarquia a ceder a habitação, em Santo Estêvão, que a população considera estar apta para Marta habitar, ainda que temporariamente.

A Rádio Marinhais tentou contactar a Câmara Municipal de Benavente com o objetivo de obter uma reação à situação aqui reportada, mas tal não foi possível até ao momento da redação deste artigo.