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Saúde: Privados e urgências poderem passar baixas médicas retirou 426 mil consultas aos médicos de família

Escrito por em 23 de Setembro, 2024

IMG: Canva Pro (Ilustrativa).

Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Nuno Jacinto, a nova lei tem um balanço muito positivo, porque veio aliviar “os cuidados primários” e repor o que diz ser “uma questão básica”.

Disse ainda que,  “O médico que observa o doente e que determina a sua incapacidade é quem deve emitir a baixa, quem a deve assinar e assumir essa responsabilidade”.

Esta nova lei, que entrou em vigor em março, permite aos serviços de saúde dos sectores privado e social e aos serviços de urgências do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a emissão de Certificados de Incapacidade Temporária (CIT), conhecidas como baixas médicas, conseguiu então aliviar os médicos de família em mais de 426 mil consultas.

Deste total de 426.456 baixas médicas passadas fora dos centros de saúde, desde 1 de março até 11 de setembro, e segundo os dados dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, foram passadas da seguinte forma: 292.336 por diferentes entidades do sector público, 4723 passadas pelos prestadores de saúde dos sectores privados e social, e 39.397 passadas pelos médicos das urgências do SNS.

Mesmo assim, e de acordo com o “Diário de Notícias”, até ao dia 11 de setembro os médicos de família realizaram mais de um milhão e meio de consultas que resultaram na emissão de baixas médicas.

Já para Nuno Jacinto ele acha que “há coisas que devem ser revistas e mudadas nesta legislação”, nomeadamente no que respeita “à renovação das baixas, aos relatórios clínicos pedidos por ginásios e outras entidades e até na renovação do receituário”, mas enaltece as valências pela entrada em vigor deste diploma: “A nova medida teve vantagens para os profissionais, que assim ficam com mais tempo disponível para consultas de doença aguda ou de doença crónica, mas também para os utentes, que escusam de sair de uma urgência ou de uma unidade privada e ter de ir para o centro de saúde à procura de uma vaga para pedir a baixa que outro médico lhe prescreveu”.

Relembre-se que até março deste ano, todas as baixas tinham de ser passadas pelo médico de família. O Decreto-Lei n.º 2/2024, ainda assinado pelo antigo ministro da Saúde Manuel Pizarro, passou a permitir a emissão de CIT a outros serviços e entidades.