Santarém: Enfermeiros da ULS da Lezíria dizem-se exaustos (c/ som)
Escrito por Edgar Correia (TPE587) em 22 de Agosto, 2024
Na última quarta-feira, dia 21 de agosto, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) levou a efeito uma greve, aos turnos da manhã e da tarde, nos serviços da Unidade Local de Saúde (ULS) da Lezíria, com uma adesão que rondou os 85% no período da manhã.
Em declarações à Rádio Marinhais, Helena Jorge, representante do SEP, afirmou que a classe se sente “humilhada” pelo Governo, uma vez que as negociações com o Ministério da Saúde não têm sortido o efeito desejado.
No que diz respeito concretamente ao Hospital Distrital de Santarém, a Enfermeira relata que os profissionais estão a fazer “imensas horas extraordinárias” e que há circulação de enfermeiros de serviço para serviço. “O nível de cansaço dos profissionais cada vez é maior e cada vez mais não vemos solução do problema, o Hospital inclusive paga aos médicos 100% da prevenção quando efetuam a presença física, a nós enfermeiros que estamos – abrangidos – pela mesma Lei pagam-nos a 50% quando vamos em presença física”, acrescenta.
Questionada sobre se já haveria alguma reação por parte do Conselho de Administração à paralisação, Helena Jorge afirmou que não, acrescentando que, há uns meses atrás, houve uma reunião entra as partes para corrigir situações como a da prevenção e da falta de Recursos Humanos, o que a leva a crer que “aparentemente não há soluções para este problema”.
Com o aumento do número de doentes, em Serviço de Urgência, Helena Jorge diz que “é normal que as pessoas estejam cansadas” e que há muitos profissionais a procurarem soluções foram do Serviço Nacional de Saúde (SNS). ” Antes, o SNS era uma referencia em termos de pagamento neste momento não se passa isso e, portanto, isso é dramático”. “Eu sempre gostei, enquanto Enfermeira de me deitar com a consciência tranquila que sempre fiz tudo ao doentes, tudo o que devia ter feito, o problema é quando já não sabe efetivamente se fez tudo o que devia ter feito, isso é que é extremamente preocupante”, conclui.