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Saúde: Incontinência urinária custa 69,1 mil milhões de euros por ano aos sistemas de saúde europeus

Escrito por em 18 de Junho, 2024

IMG: Canva Pro (Ilustrativa).

A propósito da Semana Mundial da Continência, que se assinala de 17 a 23 de junho, a Associação Portuguesa para a Disfunção Pélvica e Incontinência (APDPI) uniu-se à Medtronic para juntas contribuírem para aumentar a consciencialização, combater o estigma e incentivar as pessoas que vivem com disfunções pélvicas e incontinência a procurarem ajuda médica.

Segundo o manifesto “An Urge to Act”  da Associação Europeia de Urologia, em 2023, a incontinência urinária teve um impacto de 69,1 mil milhões de euros nos sistemas de saúde europeus, o que equivale a metade da carga económica da diabetes, que custou à União Europeia (UE) cerca de 149 mil milhões de euros em 2019, e dois terços do custo do cancro, que teve um valor de 100 mil milhões em 2020.

Para mudar este paradigma, é necessário uma ação conjunta de todas as entidades de saúde. Joana Oliveira, presidente da APDPI, sublinha que “os dados do relatório europeu revelam um cenário alarmante: entre 55 a 60 milhões de europeus sofrem, atualmente, de problemas de saúde relacionados com a incontinência. Quando falamos de disfunções pélvicas ou incontinência é inevitável mencionar o peso emocional que os doentes carregam consigo diariamente para onde quer que vão. Em Portugal, apontamos para cerca de 600 mil pessoas com incontinência urinária e entre  5 a 18% da população deve sofrer de algum tipo de incontinência fecal. Se não agirmos, estes números vão crescer e teremos ainda mais pessoas com a qualidade de vida comprometida.”

Embora os principais sintomas físicos sejam associados à incontinência, existem outras repercussões que são ainda amplamente desconhecidas. Além do impacto económico que foi referido anteriormente, a carga emocional que as patologias do pavimento pélvico acarretam é também motivo de preocupação. O medo, a vergonha, o estigma e a insegurança levam a que quase metade dos doentes que vivem com incontinência não procurem ajuda, apesar de ser uma doença que tem tratamento.

“Na APDPI, trabalhamos diariamente para apoiar as pessoas diagnosticadas com incontinência e outras disfunções pélvicas. Quando uma pessoa é diagnosticada com incontinência, a sua vida dá uma volta de 180 graus. Muitos de nós, que vivemos com esta doença, carregamos muito mais do que mudas de roupa ou produtos de higiene. Carregamos também uma mochila cheia de medos, vergonha e inseguranças. O peso desta mochila pode ser aliviado através de apoio e empatia por parte de todos nós”, conclui Joana Oliveira.